A CURVA DE GREINER: CICLOS DO CRESCIMENTO EMPRESARIAL

 em Cultura, Organização

Assim como os organismos vivos, as empresas também passam por ciclos de crescimento. Em 1972, o especialista em organizações Larry Greiner descreveu um modelo de crescimento organizacional para empresas.

Cada fase é composta por um período de crescimento relativamente estável seguido de um “ponto de virada” chamado crise. Nesse momento é necessária uma mudança organizacional para que a empresa continue crescendo.

Greiner propôs seis etapas de como fazer a gestão estratégica dessas fases e transformar as “crises” em transições bem planejadas.

1. Criatividade

Na fase de crescimento através da criatividade, os fundadores dirigem a empresa. Como empreendedores, estão focados em colocar seus produtos e serviços no mercado, comunicando-se de modo informal com os funcionários. No entanto, à medida que a empresa cresce, eles se sobrecarregam com a gestão administrativa, mais capital é injetado e a produção, assim como o número de funcionários, aumenta. Isso leva a empresa a uma crise de liderança, demandando uma gestão profissional, que pode ser assumida por um dos fundadores ou por alguém contratado para a função.

 

2. Direção

Nesta fase, a organização já conta com um gestor voltado ao operacional, a comunicação é formalizada e os orçamentos e atividades são mais segmentados. Porém, à medida que a organização cresce e os processos tornam-se numerosos, o gerente não é mais capaz de acompanhar diretamente todas as atividades em andamento. A empresa entra em uma crise de autonomia. Estruturas baseadas em delegação são requeridas e novos gerentes de nível inferior são contratados.

 

3. Delegação

Os gerentes de nível médio tomam decisões enquanto a alta gerência os monitora e lida com as grandes questões. Centros de custo passam a ser introduzidos em setores segmentados, que podem gerar receitas e despesas de forma independente. À medida que a empresa cresce, esses diferentes setores começam a tomar decisões independentes para atender a seus próprios objetivos. Essa fase termina com uma crise de controle, sendo necessária uma função de matriz mais sofisticada. As partes separadas da empresa precisam trabalhar juntas, surgindo então a coordenação.

 

4. Coordenação

O crescimento continua com as unidades de negócio, antes isoladas, agora reorganizadas em grupos de produtos ou práticas de serviço. As funções de suporte horizontal são estabelecidas, e a empresa pode avançar para o próximo ciclo de crescimento. Com o tempo, porém, a empresa enfrenta uma crise burocrática, e uma nova cultura e estrutura devem ser introduzidas.

 

5. Colaboração

Os controles formais das fases de direção, delegação e coordenação são substituídos pelo bom senso profissional, e as equipes reagrupam-se de forma flexível. Os projetos são entregues em uma estrutura matricial apoiada em sistemas de informação e recompensas financeiras, de acordo com a performance das equipes. Eventualmente, a organização não consegue mais acompanhar a velocidade das mudanças do mercado e entra em uma crise de crescimento interna. O crescimento adicional torna-se possível através do desenvolvimento de parcerias com organizações complementares.

 

6. Alianças

A sexta fase sugere que o crescimento pode continuar por meio de fusões, terceirizações – criando uma holding para administrar os diferentes negócios separadamente – e soluções envolvendo outras empresas. As taxas de crescimento variam entre as fases e até dentro delas.

 

Conclusão

Todas as empresas passam por crises, que funcionam como uma ruptura para um novo ciclo. A curva de Greiner pode ajudá-lo a gerir estrategicamente essas transições. Usada de forma consistente e regular, auxilia a identificar as fases de crescimento para as providências adequadas, a fim de amenizar impactos.

 

Referências

Dodge, H. R., Fullerton, S. and Robbins, J. E. (1994). The stage of the organizational life cycle and competition as mediators of problem perception for small businesses. Strategic Management Journal, 15, 2, 121-134.

Greiner, L. E. (1972). Evolution and revolution as organizations grow. Harvard Business Review, 50, 4, 37-46.

Greiner, L. E. (1998). Evolution and revolution as organizations grow. Harvard Business Review, 76, 3, 55-68.

Scott, M. and Bruce, R. (1987). Five stages of growth in small business. Long Range Planning, 20, 3, 45

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